APRESENTAÇÃO
DO PROJETO
LIXO
ORGÂNICO: UMA PRÁTICA ESCOLAR
Todo esse trabalho que vem sendo desenvolvido, teve seu
início há oito anos, quando foi detectado um problema na escola: o que fazer
com o lixo que era produzido na escola?, mais especificamente o lixo oriundo da
cozinha, como cascas de frutas e legume, dentre outros.
A partir desse questionamento, surgiu a ideia da
construção de uma composteira, que no início, era apenas um espaço para
depositar os resíduos. Com o tempo houve a necessidade de melhorá-la aumentando
seu tamanho, pois além dos resíduos da cozinha, todas as folhas varridas do
pátio da escola também eram depositadas ali. Após a decomposição, tínhamos a
disposição uma grande quantidade de húmus orgânico, que passou a ser vendido
entre os professores e pessoas da comunidade escolar. Esse adubo também foi
aproveitado nos poucos canteiros que a escola possui. Sentiu-se a necessidade
de aproveitar todo esse material orgânico, surgindo assim o cultivo de inúmeras
plantas bioativas, que são aproveitadas para a merenda e para aliviar dores
momentâneas.
Contamos com a parceria da ASCAR/EMATER e da Pastoral da
Saúde, na orientação do cultivo, colheita, armazenagem e utilização adequada de
cada tipo de planta. Juntamente com essas entidades apoiadoras são realizadas
visitas ao Horto das Plantas Bioativas
junto ao espaço da Expodireto em Não Me toque para aperfeiçoar e ampliar
os conhecimentos sobre o uso das plantas medicinais aromáticas e condimentares
para a produção da saúde humana. Surge então o horto escolar, onde são
produzidas essas plantas. A colheita das plantas bioativas, como a calêndula e
a camomila, bem como os cuidados que devemos ter para colher, secar e armazenar
são repassados por meio de palestras e visitas, orientados pela ASCAR/Emater e
Pastoral. A orientação sobre a confecção do travesseiro terapêutico e
aromático, ficou a cargo da Extensionista da Emater.
Todos os anos diferentes alunos se envolvem nas
atividades desenvolvidas nesse projeto, fazendo o estudo em sala de aula e
realizando atividades práticas, bem como trazendo para a aula os diferentes
saberes adquiridos e os repassados pelos seus familiares, valorizando os
saberes populares, repassados de geração em geração, formando o canteiro dos
saberes das plantas bioativas e a confecção de um herbário didático. Os alunos
do 3º ano da professora Jacinta se encarregam das atividades práticas, como por
exemplo, o recolhimento diário do lixo orgânico produzido na merenda escolar,
que é separado pelas merendeiras, levando-o até a composteira e realizam os
cuidados necessários nos canteiros. Todas as demais turmas dos anos iniciais se
envolvem e aprendem junto, através de visitas e explicações dos próprios
alunos. Há também o envolvimento com as demais áreas do conhecimento,
realizando assim, um trabalho coletivo e interdisciplinar. A produção de
sabonetes aromáticos ficou a cargo dos alunos do Ensino Médio nas aulas de
Química.
No horto escolar, as plantas bioativas condimentares e
aromáticas são aproveitadas para a produção de sabonetes, sabões, entre outros.
Os alunos fazem a colheita da calêndula e demais plantas que são doadas para a
Pastoral da Saúde, para a devida utilização na produção de xaropes, tinturas e
pomadas.
O trabalho de reciclagem levou à produção dos sabonetes e
de sabão onde os alunos reutilizam as embalagens descartadas junto as suas
residências.
Todo
esse trabalho resultou em ampliar o leque de conhecimentos, pois os alunos
traziam novas ideias, surgindo assim o relógio dos chás, ou seja, o relógio do
corpo humano, onde há o registro do horário e utilização de cada planta, bem
como o órgão indicado para cada uma delas.
A
cada ano novas atividades são acrescentadas ao projeto, de acordo com os
saberes trazidos pelas novas turmas envolvidas.